Para Aristóteles, mais do que a essência do ser, importa a sua realização:
“não pretendemos saber (…) o que é justiça, mas como ser justos, tal como preferimos a saúde ao conhecimento da natureza de um ser saudável, estar em boa forma mais do que conhecer a natureza de uma boa disposição física” (Ética Eudemia 1216b 25)
Se partirmos a rigor da ética de Aristóteles de que não é mais importante a ideia do que a sua realização (saúde, do que ser saudável; justiça, do que ser justo etc.) uma problematização da ontologia da música deve levar em consideração não a sua ideia – em última análise, uma essência – mas sim os seus modos de realização.
Não o que é a música, mas ela – seja o que “isso” for – sendo!