Pesquisa em Música e Educação

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Livro Estevão Capa

Sobre o autor: Estevão Moreira, professor, compositor e regente. Licenciado em Música pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Educação Musical pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Foi representante estadual da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM – no ano de 2012. Atualmente, é professor de música e gestor cultural no Colégio Santo Inácio (ver entrevista).

A seguir, disponibilizo alguns trabalhos resultados de pesquisa em sonologia, filosofia e educação musical.

CRÍTICA A UMA CONCEPÇÃO REFERENCIALISTA DE LINGUAGEM SOBRE MÚSICA, NA PERSPECTIVA DA PRAGMÁTICA WITTGENSTEINIANA

Resumo: A concepção referencialista de linguagem representa um tipo de linguagem que se constitui como autônoma na relação pensamento-mundo, com status de inequívoca. Como observa Wittgenstein nas Investigações Filosóficas (1953), a concepção referencialista de linguagem se baseia no princípio fundacional de que seria capaz de se referir, denominar e mostrar os objetos do mundo. Neste artigo são apresentados e problematizados alguns exemplos de uma concepção referencialista de linguagem na

música através da obra de Luiz Heitor Corrêa Azevedo, intitulada “Escalas, Ritmo e Melodia na Música dos Índios Brasileiros” (1938). Na educação musical e na linguagem sobre música de um modo geral, podemos problematizar a concepção referencialista de linguagem como aquela que se baseia no princípio de que os conceitos musicais “corretos” são parte do mundo e seriam independentes das práticas linguageiras contextualizadas, evidenciadas na pragmática wittgensteiniana, a partir dos conceitos de jogos de linguagem e formas de vida.

Palavras-Chave: Wittgenstein, pragmática, linguagem sobre música, educação musical,
etnomusicologia.

EXISTE A MÚSICA? (VARIAÇÕES SOBRE A ALEGORIA DOS CEGOS E DO ELEFANTE)

Resumo: neste artigo proponho, a partir do conceito de jogos de linguagem e do argumento da impossibilidade de uma linguagem privada – ambos de Wittgenstein –, 3 abordagens da alegoria dos cegos e do elefante, como metáforas para falar sobre “música”. Levando-se em consideração o corriqueiro uso desta metáfora são apresentadas diferentes implicações a partir de diferentes operações lógicas e formas de pensar a alegoria dos cegos e do elefante. Em diálogo com as primeiras constatações, em conjunto com as ideias do filósofo François Jullien, realizo uma abordagem para o problema das categorias de pensamento como categorias linguísticas (Benveniste) e da aspiração de universalidade do discurso sobre música no ocidente e a “interferência” da língua na produção de sentido. Tal questão sobre os universais e também sobre os jogos de linguagem são importantes em nossa abordagem por dois fatores: (1) de acordo com Wittgenstein a comunicação se dá através de jogos de linguagem que encerram em si pressupostos implícitos em cada prática, comuns aos indivíduos que partilham do mesmo contexto (ou próximos, familiares) e que por consequência gozam de (a) modos de vida similares, que se realizam através de (b) uma linguagem que só pode ser pública  – e não privada, portanto; (2) a nossa língua – e nossas operações lógicas – teriam, segundo Wittgenstein e Jullien (a partir de Benveniste) uma importante determinação uma vez que são sumetidas às contingências da língua. As conclusões são ponderadas com relação à “música” e também no contexto da educação musical.

Palavras-chave: wittgenstein; filosofia da linguagem; música; educação.

MÚSICA, LINGUAGEM E EDUCAÇÃO: NA PERSPECTIVA DE UMA PRAGMÁTICA WITTGENSTEINIANA

Resumo: Wittgenstein percebe que, nas diferentes situações e contextos nos quais a linguagem é empregada, não há nenhum limite traçado e este se delineia somente com a linguagem posta em ação. (O próprio conceito de “linguagem” em Wittgenstein não é único). Para se referir a esta “constatação” dos usos contextualizados do que chama de linguagem, o filósofo desenvolve o conceito de jogos de linguagem – fundamental para a “pragmática” wittgensteiniana. Uma preocupação com a educação musical, a partir da linguagem, que atente para tais aspectos de uma pragmática wittgensteiniana, deverá – metodologicamente – levar em consideração que a palavra “música” apresenta tantas concepções e usos quantos diferentes forem os contextos nos quais seja empregada. No entanto, não somente o termo “música” mas todo um léxico empregado nas práticas musicais pode ser passível de uma reflexão crítica.

Palavras chave: educação musical, linguagem, wittgenstein.

O QUE É ISSO QUE CHAMAM DE MÚSICA? UMA INVESTIGAÇÃO FILOSÓFICA ACERCA DA LINGUAGEM SOBRE MÚSICA (2009)

RESUMO: O presente artigo é parte de uma pesquisa em andamento que visa a investigar a importância da linguagem na estruturação do pensamento musical, não de uma linguagem da música, mas de uma linguagem sobre música. A questão será abordada na perspectiva da Filosofia da Linguagem de Wittgenstein e, no campo da teoria musical, partirá de reflexões sobre a dicotomia “música concreta” versus “música abstrata”, com base nas idéias de Pierre Schaeffer, para uma reflexão sobre asrepresentações evidenciadas e condicionadas pela linguagem.

TECNOLOGIA E SINTAXE: AS IMPLICAÇÕES NA CONCEPÇÃO DE MÚSICA E OS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO MUSICAL (2008)

RESUMO: Neste artigo, aponto para o processo de concepção da sintaxe musical e da visãode mundo, a partir do advento das tecnologias que, através da ampliação dos territórios deatuação do homem, depreendem novos “fazeres e pensares” e, a partir das primeirasconstatações, os reflexos das concepções de música na prática pedagógica.

TERRITÓRIOS, MOMENTOS E JOGOS NO PRELÚDIO DES PAS SUR LE NEIGE. UMA PERSPECTIVA DE ANÁLISE ORIENTADA A OBJETOS

apresentamos aqui uma análise de um prelúdio de Debussy, Des pas sur le neige, com base na metodologia de análise desenvolvida por Didier Guigue (UFPB), este por sua vez baseado no conceito de Objeto Sonoro de Pierre Schaeffer. Evidenciam­-se aspectos analíticos que colocam em perspectiva diferentes procedimentos de manuseio do material musical, indo muito além de um método ou sistema de organização estrutural que privilegia as qualidades cromáticas (altura) fundamentado no arquétipo de nota musical.

PALAVRAS­CHAVE: Análise Musical, Objeto Sonoro, Debussy, Didier Guigue, Pierre Schaeffer, Musica Contemporânea.

O QUE É (PODE SER) MÚSICA? UMA ANÁLISE FENOMENOLÓGICA DAS ATITUDES DE ESCUTA SEGUNDO PIERRE SCHAEFFER (2007)

RESUMO: As contribuições de Pierre SCHAEFFER no campo teorético da música são de grande importância para além mesmo de seu propósito na música concreta. SCHAEFFER perscruta por longos caminhos e territórios do pensamento na tentativa de fundamentar e justificar seus experimentos musicais na rádio francesa – bem como o seu conceito deobjeto sonoro – tecendo relações com diversas disciplinas do conhecimento (semiótica,fenomenologia, física, psico-acústica…). Deste modo, nos conduz a rigorosos questionamentos sobre conceitos e posicionamentos acerca da música e da própria concepção do que é (pode ser) música. Tais reflexões revelam-se muito valiosas quando tomadas como ponto de partida para a pesquisa em diversas frentes da atividade artístico-musical: desde a composição, tecnologia, filosofia, passando ainda pela sociologia e educação.O presente texto – parte resumida de pesquisa de Iniciação Científica – busca, justamente, subsídios para um exame das intenções e atitudes de escuta na obra de Pierre SCHAEFFER baseando-se, para tanto, no Tratado dos Objetos Musicais (1966).

MATÉRIA MÚSICA: O QUE É (PODE SER) MÚSICA? REFLEXÕES A PARTIR DE UMA FENOMENOLOGIA DA ESCUTA DE PIERRE SCHAEFFER E OS REFLEXOS NA EDUCAÇÃO MUSICAL

RESUMO: Trabalho de Conclusão de Curso. A presente pesquisa versará sobre a Matéria Música. Esta Matéria é entendida aqui – segundo a sua etimologia – em duplo sentido: o primeiro com base na idéia de matéria como uma disciplina da grade curricular no qual se aprende música na escola – ou em qualquer outro âmbito; e o segundo sentido com base na idéia de Matéria no que diz respeito à composição estrutural: isto é, assim como no desenho a matéria utilizada para esta atividade é composta de substâncias (a tinta, por exemplo) que nos dão a ver elementos como a cor, a textura e o traço, a matéria básica da música, o que faz ela existir, é o som e as suas maneiras de organização. Isto é, a música enquanto disciplina e música enquanto estrutura na busca de subsídios para uma melhor compreensão sobre a Educação Musical.

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