Memorial

O princípio

Nasci em Lins-SP no dia 11 de novembro de 1979, mas logo em seguida mudei-me para Cuiabá-MT, onde morei até os 20 anos. Meu pai, Amirton Moreira, é administrador e era músico profissional nas horas vagas –  ofício do qual foi cada vez mais se distanciando. Minha mãe, Eliane Moreira, trabalhava no INAMPS – uma das atendentes da fila do “INAMPS”, fornecendo remédio e atenção aos que na fila entravam – e hoje é farmacêutica.  De meu irmão, Hamilton Júnior, grande esportista, aprendi que não sei jogar futebol e talvez por este fator último – completamente extrínseco à “música” – me interessei pela música.

Das experiências musicais que marcaram a minha infância, posso destacar que meu pai era cantor em Cuiabá e participou, desde bem antes de eu nascer, de diversos grupos musicais da cidade. Por este fato, cresci ouvindo e acompanhando meu pai em seus ensaios e shows. Lembro-me também, através de gravações, que aos 3 anos cantava com meu pai as músicas infantis da época, afinadamente. Durante minha infância, acompanhou-me também um pequeno piano de brinquedo que tinha apenas 8 teclas. Neste piano toquei as minhas primeiras notas musicais. Alguém me ensinou do-re-mi-fa-fa-fa e a partir de então iniciaram-se minhas experimentações musicais concretas com instrumento. Cresci também vendo o meu pai tocando violão e ficava fascinado com aqueles sons que meu pai produzia. Aos 12 anos gostava de gravar músicas tocadas na rádio e fazer mixagens com 2 fitas no mesmo aparelho de som. Aos 13 anos meu pai trouxe um teclado pra casa e lá comecei fazer experimentações harmônicas ouvindo e montando acordes a partir de dicas básicas dadas por meu pai e explorando as possibilidades do instrumento como timbres e ritmos. Até então todas os meus conhecimentos eram empíricas e com base num método diletante. Já aos 15 anos interessei-me pelo violão e pela guitarra. Depois constatar meu interesse, meu pai levou-me ao meu primeiro professor de música, Toni Fernandes, guitarrista. Depois daquele dia não fui o mesmo.

Meu pai – mais uma vez com presença de espírito determinante sobre o meu desenvolvimento como músico e como pesquisador – comprou uma coleção de discos de Jazz. Conheci o Jazz. Não gostei. Quis porém entender o que algumas pessoas viam de tão interessante naquilo. Havia aqui portanto o meu primeiro encontro com o novo-musical: músicas que não conhecia a maioria absoluta, com áudio em péssima qualidade e uma maneira de tocar que eu não entendia o que estava acontecendo.

Minhas primeiras seções de escuta de Jazz partiram do interesse de ouvir aquelas caixas de Cd’s que meu pai havia comprado em uma promoção nas bancas, mas que ele próprio nunca ouvia. Quando comecei a escutar tive a pior das impressões: os instrumentos pareciam estar desafinados, os músicos pareciam todos desencontrados no tempo, as notas pareciam erradas, o tema era confuso, sumia e aparecia “do nada”…. Era uma profusão de acontecimentos sem sentido. A partir daquele dia, comecei a ouvir Jazz todas as tardes. Jonh Coltrane e Thelonious Monk foram meus preferidos entre os 17 e 20 anos. Conheci também Bill Evans – que tenho prazer em conhecer a cada escuta – entre outros. Gostei. Quanto mais estranho, mais me agradava. Este interesse pelo extranho me acompanhou dali por diante

A iniciação profissional
Concomitante a este processo, já aos 17 anos, passei para o curso de Engenharia Elétrica na UFMT. Não sabia o que fazer e aceitei a sugestão de meu pai. Porém, desisti de ser Engenheiro. De qualquer modo, aos 17 anos, com o ensino médio concluído, precisava me ocupar. Queria trabalhar e ter meu próprio dinheiro. Topava qualquer coisa. Comecei a trabalhar como recepcionista de estacionamento – não era manobrista pois só tinha 17 anos.

Depois de conseguir o emprego, comuniquei aos meus pais. Eles não ficaram nada contentes. Disseram que era perda de tempo e atraso de vida. Comecei assim mesmo. Saía de casa para o trabalho todos os dias às 6:00 da manhã. Foi assim por durante um mês. Pedi demissão. Mas neste emprego aprendi importantes valores que carrego até hoje. Uma experiência que deu certo, apesar do curto tempo.

No entanto, o desejo de um dia emancipar as minhas finanças ainda se impunha – sobretudo pelo longo período de crise econômica que passávamos naquele período – e era preciso dar um jeito de conseguir dinheiro. Tive portanto, a idéia de dar aulas de violão e guitarra. A partir de então, plantou-se a semente da educação musical em minha história. No início não preparava as aulas. Apenas reproduzia com meus alunos o que havia aprendido com meu professor.

Aos 18 anos (1998) meu pai, preocupado com minha formação, sugeriu que eu fizesse um curso de computação na Escola Técnica Federal de Mato Grosso, considerando que eu já havia estudado e trabalhado com programação com interesse e competência. Porém, isto tinha sido aos 15 anos. Aos 18 os interesses já eram outros. Comecei o curso. Desisti do curso. Por outro lado – ironia do destino – comecei a dar aulas de guitarra e violão em cursos livres nesta mesma instituição.

Neste mesmo tempo, já estava tocando como músico profissional em diversos grupos musicais de Cuiabá nos mais diversos estilos da música popular (ou mass-media, se se preferir): “Pop-Rock”, Blues, Jazz, Hard-Rock, Heavy metal, Música Regional (Rasqueado e Lambada), Axé Músic, Música Sertaneja, Samba, “MPB” e Pagode. Esta variedade de estilos colocou-me também em contato com as mais diversas vivências musicais, através de diferentes jogos, onde cada situação musical profissional apresentava uma dinâmica própria de aprendizado por parte do músico: por exemplo, com músicos amadores a quantidade de ensaios chegava a ser exaustiva e até mesmo improdutiva. Com bandas de baile a grande quantidade de músicas é desafiadora. No barzinho o número de músicas é aparentemente infinito mostrando-se como uma grande escola do jogar a música. Em estúdio a regra era ser impecável. Nestes diferentes mundos, com seus diferentes jogos musicais e jogos de linguagem, deu-se a primeira fase de minha formação como músico: além da guitarra e do violão, comecei a tocar também cavaquinho e contrabaixo.

Em suma, do ponto de vista sociológico, posso dizer que testemunhei vários contextos antagônicos. Já fui recebido com um grupo com altas pompas, entrevistas em rádio e tv etc. De outro lado, dos contextos diversos, alguns chegaram a adversos. Certa vez, com outro grupo, chegamos ao ponto de tocar sob perigo iminente: “não vai parar de tocar não!”. Sentença legitimada sob a suposta ameaça de um revolver. Nesta noite em especial, a tocamos inteira, retornando para a capital distante uns 60 kilômetros na carroceria de um caminhão, lusco-fusco da alvorada, cobrindo o frio com lôna, estrada de chão, comendo pó. Ossos do ofício.Vivências.

Fato é que a música popular teve um papel fundamental em minha formação e realidade. Estava começando a me entrosar com os músicos da cidade, ficar conhecido. Aos 19 anos comecei a estudar música no ensino superior. Ingressei no curso de Licenciatura em Educação Artística com habilitação em Música da UFMT. Porém aos 20 anos resolvi sair de casa. Queria estudar fora. Falei para minha mãe: quero ir! Ela me apoiou e incentivou. Aos 21 fui-me embora do Mato-Grosso para São Paulo. Eu e outros amigos decidimos nos mudar para São Paulo pra tentar a vida na “cidade grande”. Queríamos fazer sucesso. Tocar nas rádios. Aparecer na TV. Sonhos que serviram por um momento como estímulo.

Ir pra São Paulo. Mal sabia o que esperar. Findava-se a primeira fase de minha formação.

São Paulo

Ao chegar em São Paulo, o primeiro sentimento foi de espanto. Com o tamanho e ritmo da cidade e com a quantidade de pessoas. Ao chegar ao metrô Vila Madalena, deparei-me com uma grande subida da Av. Heitor Penteado, que precisávamos subir pra chegar à casa de meu amigo onde passaríamos os primeiros dias para adaptação à cidade. Naquele momento estávamos com muitas malas, carregando nas mãos e nas costas tudo o que tínhamos trazido de mudança após 30 horas de viagem de ônibus. Este episódio da chegada em São Paulo ilustra também como foram os 7 anos de vida naquela cidade. Uma constante subida – num sentido ascético e cansativo também – que parecia não ter fim, onde o que trazia comigo – a minha bagagem pessoal – apesar de ser um peso, era tudo o que eu tinha. Fui deixando algumas coisas no caminho, não cheguei ileso, mas alcancei um ponto onde pude ver melhor o meu trajeto. Depois de alcançado o objetivo, descobri que o objetivo já não estava mais lá. Novos caminhos se abriram sendo que o que mais importou foi o caminhar.

Ao chegar em São Paulo, saindo de casa, tudo novo. Demorou um tempo e consegui trabalho. Primeiro dava aulas particulares e depois em uma escola. Quando lá cheguei, queria fazer sucesso. Tocar na rádio e na TV. Eu e meus amigos cuiabanos vínhamos no intento de vencer na vida, vencer São Paulo. Procuramos lugares pra tocar, maneiras de promover a banda, aparecer, fazer acontecer. Porém, as contingência das vidas de cada um se mostraram mais fortes que a nossa força de vontade. Após um tempo, percebi que a banda fora mais um pretexto pra sair de casa. A banda foi mais uma família do que qualquer outra coisa. Estávamos juntos, mais pra ser amigos do que para ser profissionais. Na verdade, pra vencer São Paulo era eu comigo mesmo.

Quando ainda em Cuiabá, na conversa com minha mãe, aproximadamente a 8 meses antes de ir embora disse a ela que queria ir embora pra poder estudar. Então, pouco antes de vir para São Paulo prestei o vestibular para Contrabaixo Acústico na UNESP – Universidade Estadual de São Paulo. Como não tinha tido um estudo mais sistemático do instrumento – não tinha o instrumento – não preparei o programa solicitado e, consequentemente, não fui aprovado. No ano seguinte, 2001, já morando em São Paulo decidi que iria prestar vestibular para licenciatura em música na Universidade de São Paulo.  Passei.

USP

Em 2002 ingressei como aluno de música da Universidade de São Paulo. Lá tive contato mais a fundo com a música erudita. Como tinha “vindo” da música popular – uma “música popular”  específica dentro desteuniverso da música popular, os choques foram muito intensos. Sobretudo o choque comigo mesmo. Foi um grande momento de crise em minha vida. Todos os tipos possíveis: pessoais, financeiras, musicais, existenciais, amorosas etc. O tempo na USP e em São Paulo foi um tremendo chacoalhar da vida. Daquelas oportunidades que a gente tem de aprender de fato, se se aproveitar o momento de crise.

Logo no primeiro semestre ano conheci o prof. Olivier Toni que teve por longo tempo um importante papel em minha formação como acadêmico, músico e como pessoa. Cursei uma disciplina do prof. Toni como ouvinte. No segundo semestre o prof. Toni convidou-me para ter aulas de harmonia em sua casa, com outros dois colegas e por aproximadamente 2 anos frequentamos sua casa para ouví-lo falar de harmonia, composição e também outros assuntos – geralmente a maior pauta, mas que sempre remetiam à teoria e à música, ou eram evocados pelos assuntos musicais.

Em 2003, após um ano de estudo de harmonia o prof. Toni convidou-me para o Festival de Inverno de Prados para dar aulas de hamonia. Foi uma das experiências mais marcantes de minha vida. Prados-MG é uma cidade com apenas 8 mil habitantes, dos quais 4 mil na zona urbana e 4 mil na zona rural. É uma cidade com pouco mais de 300 anos mas que preservou, por intermédio do maestro Ademar de Campos Filho – que só ouvi falar póstumamente – uma forte tradição das práticas musicais antigas de Minas Gerais. Em tempos antigos, quase todos na cidade tocavam um instrumento. Hoje em dia é um pouco diferente. Coisas da modernidade. Mas de qualquer modo, o meu envolvimento com o Festival, como professor de harmonia, foi muito profundo, para o qual me dediquei profundamente. Fortalecia-se ali o meu desejo de ser professor. Fui ao festival como professor novamente em 2004, 2005 e 2006 participando também na montagem de teatro-musical infantil.

As opniões do prof. Toni não eram as minhas mas nunca disse a ele, pois não tive oportunidade e capacidade de dizer. De qualquer modo, o prof. Toni ensinou-me a refletir sobre as coisas. A sua célebre frase: “nós não estamos falando da música mas de uma música!”. Simples assim, mas fundamental pra minha sobrevivência na selva cosmopolita. O Toni – hoje sou capaz de chamá-lo pelo nome, sem menos respeito, talvez com mais amizade – hoje tem 82 anos e posso dizer que foi um grande mestre e educador. O que tenho de professor e compositor traz dele grande parcela.

Em 2004, no 3º ano do curso de música da USP – era estudante da licenciatura em Música – conheci Rogério Costa, professor de harmonia e contraponto dedicado e muito solicito e – acima de tudo – muito competente. Em 2005 iniciei, sob sua orientação, um levantamento que culminou em uma Iniciação Científica de grande importância em minha formação. Entrei em contato com as idéias de Pierre Schaeffer e posteriormente comecei a colher as consequências – benéficas – de tal contato. A pesquisa intitulava-se: Análise da obra pianística de Debussy a partir de uma perspectiva de análise orientada a objetos. O ano da IC (2006) foi o ano que mais aprendi academicamente, pesquisando conforme as orientações de Rogério Costa.

Desta pesquisa originaram-se dois artigos: O que é (pode ser) música? Uma fenomenologia das atitudes de escuta a partir de Pierre Schaeffer (2006) apresentado no 3º SIMPEMUS (Curitiba-PR) e tambémTerritórios, Momentos e Jogos no prelúdio Des pas sur le neige: um aperspectiva de análise orientada a objetos (2007) apresentado na ANPPOM (UNESP – São Pauo). Ambos em meu tempo de graduação e em parceria com Rogério Costa.

É importante citar importantes contatos com outros professores e compositores: Willy Correa de Oliveira, Aylton Escobar, Ronaldo Miranda, Fernando Iazzeta, Marcos Lacerda. Em 2006 tive a oportunidade também de estudar composição, com outros colegas, em casa de Silvio Ferraz de Melo filho. Outros importantes personagens também foram os meus colegas da USP, grandes músicos, compositores, professores, instrumentistas, filósofos etc.

Esta foi, portanto, a minha segunda formação.

Concomitâncias

Assim que cheguei em São Paulo procurei escolas de música para ensinar. Comecei a dar aulas particulares, mas tinha poucos alunos. Consegui trabalho em uma escola na qual eu era o responsável por fazer de tudo um pouco sempre muito. Foi um local onde muito aprendi profissionalmente, mas que também trás não boas recordações.

Em 2003 porém, fui convidado por dois amigos, para abrir uma escola de música. Foi uma novidade muito marcante. Demandaria muitas responsabilidades e tempo. Aceitei. Em fevereiro de 2004 estava inaugurada a Tenkai Academia de Música. Lá tive excelentes experiências práticas. Foi um ótimo laboratório de música e educação. Kooi, profissional de extrema seriedade, demonstrou-me, como professor, que é preciso conquistar o aluno, ter a sua confiança, partir do seu mundo. Isso tudo sem qualquer teoria da educação, no melhor estilo do mestre que faz o discípulo perceber – neste caso, eu era o discípulo. Mariana, como pedagoga, ensinou-me a estar atento e a perceber as espectativas, o brilho nos olhos e a singularidade no olhar de cada aluno. Demonstrou-me isso também na prática, sem teorias, atenta às minhas manifestações mais invisíveis. Ensinou-me a perceber os meus limites enquanto ser humano. Ensinou-me a acreditar que sempre vai dar certo.

O ano de 2007 foi um final de ciclo. Era meu último ano de curso. Meu Trabalho de Conclusão de Curso foi fruto de minha pesquisa de IC e também refletia o resultado de minha vida pessoal frente a academia. Era o fortalecimento de uma busca sistematizada que se permanece até hoje. O título, de cunho filosófico: Matéria Música: o que é (pode ser) música? Reflexões a partir de uma fenomenologia da escuta de Pierre Schaeffer e reflexos na Educação Musical (2007). Deste trabalho originou-se ainda o artigo Tecnologia e sintaxe: as implicações na concepção de música e reflexos na Educação Musical (2008) apresentado no 5º SIMPEMUS (Curitiba – UFPR).

Ainda em 2007, no final do ano, encerrei minhas atividades na Tenkai Escola de Música. Em janeiro de 2008 me casei com Aline, pedagoga e teológa, e me mudei para a cidade do Rio de Janeiro. Vim para esta cidade com o propósito de estudar por 6 anos ininterruptos. Preparei-me para o Mestrado em 2008. Ingressei no PPGM da UNIRIO em 2009. Em Julho de 2009 eu e Aline tivemos a grande alegria de receber João Estevão em nossa casa, filho que nos faz re-significar a vida a cada dia. Um presente de Deus.

Atualmente

Minha pesquisa de mestrado continua com o mesmo ar investigativo que se me apresentou conscientemente desde o momento em que ouvi pela primeira vez as primeiras gravações de Jazz e que me fizeram perguntar a mim mesmo o que de interessante havia nisto para as pessoas que gostavam. Pergunta similar formulei no período de graduação da USP perguntando sobre aquela realidade totalmente diferente do meu mundo inicial, literalmente familiar. Uma investigação que salienta muito mais a pergunta do que a resposta. Este incomodo – se assim posso dizer – parte, creio, de um contraponto entre a minha primeira formação e minha segunda formação.

Nos preparativos para ingressar no PPGM da UNIRIO – durante o ano de 2008, tive que decidir sobre duas áreas com as quais tive ligação na minha graduação: a educação musical e a teoria musical – análise. O chamado da educação musical se fez mais forte, no entanto, numa perspectiva de análise das circunstâncias nas quais o ensino e a aprendizagem de música ocorrem. O pré-projeto intitula-se: O que é isso que chamam de música? Baseio-me para tanto na idéia de jogos de linguagem do filósofo Ludwig Wittgenstein que faz por sua vez uma análise pragmática da linguagem. Segundo Wittgenstein, não há uma linguagem ideal, mas sim jogos de linguagem que são determinados por contextos específicos (sociais, linguísticos, históricos, culturais etc).  Pretendo abordar a linguagem como meio no qual emergem as noções de música que, muito mais do que ditas, são mostradas; ou como diria Wittgenstein, estão em jogo entre sujeitos de uma determinada cultura compartilhada. A partir disto, verificar como os caminhos e diferentes jogos se cruzam na educação para, posteriormente, pensar sobre os jogos musicais em si, ou seja, a música que as pessoas não dizem, mas jogam. Uma música que é jogada independente da técnica.

Poderia talvez numa liberdade poética, retomar o parágrafo inicial da minha história a fim de unir este intento da pesquisa, com minha história pessoal: “meu pai, Amirton Moreira, é administrador e era músico profissional nas horas vagas – ofício do qual foi cada vez mais se distanciando – de quem herdei o interesse musical . Minha mãe, Eliane Moreira, trabalhava no INAMPS – uma das atendentes da fila do “INAMPS”, fornecendo remédio e atenção aos que na fila entravam – e hoje é farmacêutica, de quem herdei a vontade de servir ao próximo.  De meu irmão, Hamilton Júnior, grande esportista, aprendi que não sei jogar futebol. De cada um ressaltou-me algo: do pai, a vontade de ouvir os sons; da mãe, a vontade de ouvir o outro; do irmão o fato de que não ter o domínio da técnica [futebolística], não faz menos divertido e importante o jogar”.

Clique na imagem do livro para fazer download.

Livro Estevão Capa

Sobre o autor: Estevão Moreira, professor, compositor e regente. Licenciado em Música pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Educação Musical pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Foi representante estadual da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM – no ano de 2012. Atualmente, é professor de música e gestor cultural no Colégio Santo Inácio (ver entrevista).

16 comentários

  1. Estevão, a coesão e a dignidade como relata suas experiências é muito inspiradora. Parabéns, pelo texto e pelo trajeto.

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  2. Rodrigo, Drica e Bia! Que ilustre presença! Obrigado!! Bjs!
    p.s.: até hoje estou respondendo o seu e-mail Rodrigo, quase 2 meses depois…. hehehe

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  3. Querido, tentei publicar um comentário anterior mas não consegui. Só passei aqui pra desejar sucesso nesta nova e bonita empreitada. 🙂

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